Você está esperando o quê?

Você está esperando o quê?

“Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma”. (Eclesiastes 9:10)

Um dia eu chego lá!

Não tenho os recursos necessários!

O momento não é propício!

E se não der certo?

Tenho refletido sobre o livro de Eclesiastes, ultimamente, e recomendo a leitura. Salomão, com um texto lindamente poético, nos traz sabedorias essenciais para a condução de nossas vidas. O versículo 10 do capítulo 9 me inspirou a escrever este post. Fique tranquilo; não é sobre religião. Não sou religioso. Minha maior ambição enquanto escrevo é inspirá-lo(a) a seguir adiante com seus projetos ao mesmo tempo que abro os meus ouvidos ao que prego. Por que não avançamos?!

Um dia eu chego lá!

Lamento informar: “Esse dia” não vai chegar! “Esse dia” não está no calendário. Pode verificar se existe, entre janeiro e dezembro, algum “esse dia”, no calendário. Você precisa colocá-lo lá! Enquanto isso não for feito ele continuará sendo “aquele dia” que nunca chegou e sua vida foi gasta ao esperá-lo.

Precisamos estabelecer prazos para a realização dos nossos projetos. Precisamos colocar no calendário “esse dia” que chegaremos lá! Caso contrário, nossos projetos não vão se concretizar. Não basta idealizarmos o que queremos realizar. Esse é o primeiro passo. É preciso estabelecer uma data para conclusão. Somente a partir “desse dia”, pontualmente marcado no calendário, que um devaneio se transforma em sonho; o sonho em objetivo; o objetivo em realização; a realização em vitória!

Não tenho os recursos necessários!

O recurso essencial para você ir além; é coragem! Todo o resto é assessório. Você não deixa de ir a um encontro importante por falta de um par de brincos ou um relógio elegante. Os assessórios são importantes; a tua presença no encontro é essencial.

Não espere ter todas as condições necessárias à mão para tocar seu projeto. Isso não vai acontecer. Simplesmente vá à luta com o que você tem nas mãos e, à medida que as necessidades forem surgindo, você providencia os assessórios. Não exacerbe a necessidade de minimizar os riscos. Foque, prioritariamente, no que você tem a ganhar, não a perder.

Quando Steve Jobs foi retirado da Apple, após ter perdido uma disputa interna pelo poder, em 1985, ele decidiu, junto com alguns colaboradores de primeira linha da Apple que o acompanharam, fundar uma nova empresa de TI direcionada ao desenvolvimento de softwares e hardwares para o seguimento corporativo e educacional. NeXT.

O NeXT Computer, o primeiro produto da NeXT, foi lançado em 1988. Tratava-se de um inovador workstation embutido em um elegante gabinete negro desenhado pela talentosíssima Susan Kare, designer da Apple responsável pela criação do inconfundível Macintosh. Susan acompanhou Jobs na saída da Apple.

O lançamento do NeXT Computer foi feito em uma grande festa de gala para 3000 convidados. Um show que levantou aplausos, de pé, da plateia presente. Sucesso incontestável. O que as pessoas que presenciaram o evento não sabiam, à época, é que o sistema operacional do NeXT não estava pronto ainda e que ele só estaria disponível no mercado um ano após o lançamento.

Quando questionado pelos seus engenheiros, executivos de marketing e designers, o porquê de lançar e começar a vender um produto que ainda não estava totalmente concluído; Jobs argumentou: Quando a NASA decidiu lançar a sua primeira estação espacial em 1973, a Skylab, para uma missão de oito anos, eles não faziam a menor ideia de como a trariam de volta, mas acreditavam que oito anos eram mais do que suficiente para desenvolverem a tecnologia necessária para o retorno.

Em resumo: Faça o que tem que ser feito com o que você tem nas mãos! Se seu produto não for um medicamento cujos efeitos colaterais não foram amplamente testados ou lançar uma nave espacial tripulada (a Skylab não era tripulada) sem saber como trazê-la de volta; FAÇA! Não espere reunir todos os recursos e condições. O tempo passa ligeiro!

O momento não é propício!

Só os “loucos!” lançam produtos que não foram finalizados e laboratórios no espaço sem saberem como os trarão de volta. Sair da caixa dá o maior friozinho na barriga. Não é para qualquer um encarar o desconforto das incertezas, seja em que área da vida for. A possibilidade de cair no ridículo e ter que admitir que “tentou reinventar a roda”, fazer papel de bobo, encarar os dedos em riste …, não é nada confortável.

Deve ter sido esse o sentimento que Martin Luther King Jr. experimentou quando decidiu lutar pelos direitos civis nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960. Tenho absoluta certeza de que o momento não era nada propício para um negro levantar a bandeira contra a segregação racial.

Também deve ter sido constrangedor para Charles B. Darrow apresentar para os executivos da Parker Brothers, em 1934, em plena recessão pós o “The Black Thursday” nos Estados Unidos, um jogo de tabuleiro. Como ele poderia pensar naquilo em meio a maior recessão econômica da história do país? Não era o momento propício!

Diante da rejeição, Darrow decidiu produzir sozinho o jogo e comercializá-lo. A propósito, você já jogou “Monopoly”?  O jogo foi um sucesso imediato, o que fez os executivos da Parker Brothers repensarem sua primeira posição, só que dessa vez, por um valor mais alto pelos direitos de distribuição.

O Banco Imobiliário continua sendo o jogo de tabuleiro mais comercializado no mundo passados mais de 80 anos do seu lançamento! Já pensou se seu criador, Charles B. Darrow, tivesse achado que o momento não era propício para produzir e vender seu produto?

Hoje vivemos um tempo absolutamente novo! Não escolhemos isso, mas temos que enfrentá-lo. Muitos afirmam que ele não é propício para fazer nada. Outros estão aproveitando o recolhimento para criar soluções e produtos que atendam às necessidades do momento. Qual é o grupo que você pertence?

E se não der certo?

Certamente terá dado errado! E se der certo? De uma forma ou de outra, só existe uma maneira de descobrirmos. Sei que você sabe qual é. Colocar a cara na janela sugere o risco de levarmos uma pedrada. Não colocar nos dá a certeza de não apreciarmos a paisagem. Se sua ideia não é lançar pessoas no espaço sem saber como trazê-las de volta, ou produzir um medicamento cujos efeitos colaterais não foram testados exaustivamente; não se acanhe! Faça e faça já!

Sucesso e saúde para todos nós!

2020-05-04T11:12:40-03:00 4 de maio, 2020|Empreendedorismo|1 Comment

One Comment

  1. Ana Raquel 04/05/2020 at 11:43 - Reply

    “Precisamos estabelecer prazos para a realização dos nossos projetos. Precisamos colocar no calendário “esse dia” que chegaremos lá! Caso contrário, nossos projetos não vão se concretizar.”

    Excelente recado!

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