Será que é um Cisne Negro?

Será que é um Cisne Negro?

Eis que faço uma coisa nova, agora sairá à luz; porventura não a percebeis? Eis que porei um caminho no deserto, e rios no ermo. (Isaías 43:19)

O que é um Cisne Negro?

É impossível prever o imprevisível!

O Resultado é impactante. Temos que nos reinventar!

Será que seria possível?

Um dos livros mais inteligentes que li chama-se A Lógica do Cisne Negro, de Nassim Nicholas Taleb, o qual recomendo a leitura neste momento de incertezas que estamos vivendo. Com muita propriedade, Taleb estabelece um contraponto em relação ao mundo cartesiano da economia afirmando que vivemos à mercê do inesperado. Do aleatório. O autor denomina esses eventos aleatórios de Cisnes Negros. Mas; por que Cisne Negro?

O que é um Cisne Negro?

O cisne negro era um animal impensável até ser visto pela primeira vez, no século XVII, na Austrália. Até então, a “ignorância humana” não permitia a existência de outra cor para cisnes que não fosse a branca. Em outras palavras, o fato de todos os cisnes avistados, até o século XVII, serem brancos, validava a afirmativa de que não havia cisnes de outra cor.

Quando eventos que nunca aconteceram, e por isso não são previstos, acontecem; um novo paradigma é estabelecido e todos os pressupostos anteriores ao evento são quebrados. Inicia-se, então, um novo ciclo de comportamento com base na nova possibilidade. Aqueles que se reinventam mais rapidamente são os que podem tirar vantagens competitivas do novo ciclo de competitividade.

Não, não estamos frente a um Cisne Negro! Apesar de, aproximadamente, um terço da população mundial estar em isolamento, algo jamais visto, o fenômeno não é desconhecido. Já lidamos com outras pandemias em nossa história mas, guardadas as devidas proporções, podemos sim admitir que vivemos o inusitado e que não estávamos preparados para tal.

É impossível prever o imprevisível até que ele aconteça!

Comentar um jogo de futebol depois que ele acaba é divertido, fácil e seguro. Explicar o que aconteceu criando histórias e metáforas ilustrativas faz de cada um de nós experts no assunto. Faz bem para o ego. Por esse motivo, competimos uns com os outros para ver qual a explicação é mais convincente para o que aconteceu. E aí a imaginação viaja longe!

Nos comportamos da mesma forma frente a eventos conhecidos e, portanto, explicáveis, mas inesperados. Agimos dessa maneira para retroalimentar nossa autoestima, “inventando histórias” que justifiquem e expliquem o evento. Parecer ignorante é desagradável para qualquer um de nós. Daí as viagens imaginativas surgem. O óbvio causa um certo desconforto àqueles que querem massagear os seus egos com “explicações” mirabolantes tipo: “eu sei o que você não sabe; sabia”? Me controlo para não cair nessa armadilha, mas sou de carne e osso e, às vezes, também escorrego.

A questão é que explicar um evento que conhecemos, portanto explicável, depois do fato ocorrido, de forma sofisticada ou não, não traz nenhuma vantagem competitiva, seja você uma pessoa ou uma organização. Estar preparado para o conhecido, mas inesperado, é que faz toda a diferença. Mas como isso é possível? Considerando a possibilidade de que um evento ocorrido no passado logo, conhecido e explicável, possa acontecer no aqui e agora. Tipo uma pandemia, entende?

Para tal, precisamos colher as informações relevantes e confiáveis que envolvem o evento considerando as causas óbvias e as questionáveis para desenvolver uma postura proativa frente ao inusitado e não, somente, reagirmos depois do fato consumado. Em resumo, desenvolvermos uma Visão Sistêmica e contextualizada do evento para que possamos prevê-lo e nos prepararmos minimamente para os seus impactos.

O Resultado é impactante. Temos que nos reinventar!

A descoberta de que havia um cisne que não era branco impactou os ornitólogos. Eventos inusitados, como o que estamos vivendo agora, impactam a sociedade como um todo. Não escapa ninguém, acredite! Dessa forma, novos horizontes são abertos e alguns fechados e oportunidades e ameaças se expõem. Estar preparado para aproveitar o que há de bom e se proteger do que há de ruim; faz a diferença.

Por exemplo, empresas que nunca haviam experimentado o trabalho remoto podem aproveitar esse momento para se reinventarem. As que não ofereciam o serviço delivery também e por aí vai. Por outro lado, os comerciantes dos Wet Markets chineses precisam já se reinventarem frente às pressões domésticas e internacionais quanto às suas práticas.

Nessa batida da reinvenção, me surgiram algumas questões que quero compartilhar com você abrindo um fórum de debates. Participe opinando, sugerindo ou contestando. Acrescente, se quiser, também suas questões. Se a coisa fluir com um número de participações relevante, no próximo post publico os resultados, ok? Então vamos lá. Depois que tudo isso acabar…

Será que seria possível?

  1. Criarmos a semana da quarentena a cada três meses deixando o planeta respirar um pouco, para o bem de todos? (Será que quebraria a economia?)
  2. Promovermos uma reforma tributária que diminua as diferenças entre os muitíssimos ricos dos muitíssimos pobres?
  3. Criarmos a semana da solidariedade onde todos doassem alguma coisa a alguém? (Esquece as trocas de presentes natalinos. É doação!)
  4. Criarmos a semana da família onde todos ficassem confinados no mesmo ambiente realizando todas as atividades juntos?

Bem, isso é o que me ocorre agora. Conto com sua participação nesta “brincadeira” e, desde já, agradeço. Saúde!

2020-05-04T10:34:23-03:00 6 de abril, 2020|Resiliência Organizacional|0 Comentários

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