“És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo” (Caetano Veloso)
A psicologia e a subjetividade
A psicologia descreve a subjetividade como algo que varia de acordo com a interpretação de cada indivíduo. Ou seja, tudo aquilo que não conseguimos descrever com exatidão cartesiana; é subjetivo e tem a definição, ou compreensão, de acordo com a opinião de cada indivíduo. Amor, saudade, felicidade, segurança são alguns dos muitos sentimentos cuja definição depende da interpretação de cada um de nós.
Por outro lado, tudo aquilo que não permite interpretações individuais, mas sim conclusões diretas e literais; chamamos de objetividade. É o oposto da subjetividade. Ninguém pode ter uma interpretação pessoal sobre a lei da gravidade, o movimento das marés, o número de ossos do corpo humano entre tantas outras questões que são incontestavelmente comprováveis cientificamente por observação experimental, independentemente da vontade ou opinião pessoal.
O Tempo e a Física
O tempo é descrito, objetivamente, pela Física como uma grandeza escalar. Isto é, ele pode ser medido pelo seu valor numérico e sua unidade de medida. Em outras palavras, objetivamente falando, um dia tem 24 horas, onde 24 é um valor numérico e horas é uma unidade de medida. Dessa forma, cada hora tem 60 minutos; cada minuto tem 60 segundos; cada semana tem 7 dias; cada mês tem 30 dias… tudo muito quantitativo e objetivo, tal qual a ciência exata denominada Física descreve o tempo.
A ideia que pretendo passar nesse post sem, absolutamente, pretender contrariar as leis da Física (não tenho competência para isso) é que o tempo tem uma subjetividade intrínseca que não nos permite quantificá-lo precisamente. 3 minutos parecem uma eternidade para quem está debaixo d’água e uma gotinha mínima de tempo quando se está ao lado de quem queremos bem. Muitíssimo pouco mesmo! Mas são os mesmos 3 minutos; os mesmos 180 segundos…! Por que as dimensões parecem tão diferentes (e são diferentes) dependendo da situação e interpretação individual? Porque o tempo é, de fato, subjetivo. Pergunta para quem tem 17 anos quanto tempo leva um ano. Faça a mesma pergunta para quem tem 60! É notório que a interpretação para o mesmo período de 1 ano tem dimensões completamente diferentes.
A Subjetividade do tempo
Quando observamos o tempo sobre a ótica da Física, desprezando sua subjetividade intrínseca; muitas vezes nos desanimamos. Independentemente de termos 17 ou 60 anos. Como eu posso, por exemplo, começar um curso universitário de 5 anos aos 60? Ao término do curso eu vou estar com 65 anos! Na grande maioria das vezes, as pessoas se desmotivam e simplesmente não realizam e os 5 anos passam e elas completam 65 anos sem ter feito o referido curso. O tempo sempre passa, independente da interpretação que damos a ele.
Portanto, nossos projetos e sonhos, pessoais e profissionais, devem ser implementados independentemente da quantidade de tempo que temos. Mesmo porque, a quantidade de tempo que temos, se é muito ou pouco, depende da nossa interpretação. Devemos simplesmente ir realizando, fazendo o que tem que ser feito hoje observando o tempo subjetivamente. Sem se preocupar tanto com o tamanho da espera ou com quanto tempo o projeto levará. Psicologicamente, essa forma de lidar com o tempo é mais confortável e animadora e quando nos damos conta concluímos nossos projetos e nem vimos o tempo passar.
Ary, brilhante a tua competência em transmitir conhecimento através da escrita. Acompanho os teus posts e tenho gostado e aprendido muito com que tenho lido. Em relação à subjetividade/objetividade, você conseguiu, com um resumo, deixar claro o que significam e, relembrando os teus ensinamentos anteriores, percebi o quanto “perdemos” tempo pensando e pensando no que fazer e OPA! o tempo foi.
Parabéns.
OPA! Que bom que você gostou, Almir. Seus comentários são sempre bem-vindos e nos motivam a continuar estudando e pesquisando para produzir um conteúdo de qualidade. Obrigado e sucesso!