Será que ainda consigo emprego? De repente 50!

Será que ainda consigo emprego? De repente 50!

“Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia. Eu não encho mais a casa de alegria. Os anos se passaram enquanto eu dormia. E quem eu queria bem me esquecia” (Nando Reis)

Ainda não mudou, mas está mudando.

A contramão do discurso—Surprise! O preconceito é real.

Meu Brasil brasileiro!

O outro lado da moeda—A experiência vale ouro!

Por que “eu não encho mais a casa de alegria”?

Nem tudo está perdido.

Viver o desemprego em qualquer idade é extremamente angustiante para qualquer pessoa. Viver o desemprego aos 50, 50 e tal… pode ser desesperador. Mesmo que o desemprego tenha sido voluntário em busca de novos desafios, uma transição de carreira, por exemplo, mesmo assim, o friozinho na barriga provocado pelas incertezas de um mundo corporativo que ainda privilegia o mais atual; o mais estético; o mais rápido; o mais forte; o mais jovem… é de causar calafrios! Talvez esse seja o maior desafio da terceira idade—continuar se achando produtivo quando o mundo inteiro já não acha.

Ainda não mudou, mas está mudando!

O ambiente corporativo vive um momento de transição.  O paradigma da idade no mercado de trabalho tem sido confrontado nos últimos tempos; entretanto, ele ainda não foi quebrado. Dessa forma, por mais que o discurso seja voltado para uma aceitação da mão de obra máster; na realidade, isso não ocorre com a frequência necessária capaz de absorver o contingente de profissionais 50+. E o que é pior, surpreendentemente, pesquisas têm mostrado que o gap tem aumentado nos anos recentes. Como assim?

A contramão do discurso—Surprise! O preconceito existe.

Quebrar paradigmas não é uma tarefa simples. Normalmente, quando confrontamos pressupostos consagrados, assumimos um pensamento de que mudanças são bem-vindas; porém, nossas ideias não correspondem à nossa prática. Leva tempo para o discurso casar com a ação. Sendo assim, embora saibamos que profissionais 50+ são recheados de qualidades técnicas e emocionais; contratá-los ainda é uma exceção, não a regra. Pesquisas recentes comprovam esta tese. O preconceito é real.

Fiquei surpreso (estupefato) quando analisei os dados da Eurostat em relação à taxa de desemprego dos profissionais 50+ na Zona do Euro (click aqui para saber mais sobre a Eurostat). Por exemplo, em Portugal, a taxa de desemprego entre os profissionais na faixa de 50 aos 54 anos era, em 2019, de 6%. O mesmo grupo, tinha uma taxa de desemprego de 3,9% em 1986. Quando analisamos a faixa entre 55 e 59, o disparate é ainda maior: 6,4%, em 2019; contra 2,8 em 1986.

Portugal não é o único país da Zona do Euro onde a taxa de desemprego para os profissionais 50+ tem aumentado com o passar dos anos. Grécia e Itália são outros exemplos (click aqui para saber mais). Me surpreendeu constatar que a geração de empregos para os profissionais 50+ era mais efetiva há quarenta anos! quando a população era mais jovem, a idade mínima para aposentadoria era mais baixa e, principalmente, a expectativa de vida mais curta.

Meu Brasil brasileiro!

A taxa de desemprego no Brasil vem crescendo nos últimos 8 anos, período analisado, em todas as faixas etárias. Logo, o parâmetro para comparação entre as diferentes faixas etárias fica comprometido; ou seja, não é possível detectar, claramente, uma perda de empregabilidade dos mais idosos para os mais jovens. Não obstante a isso, em 2012 a taxa de desemprego era de 4% para faixa etária de 40 a 59 anos. A mesma faixa etária, em 2020, apresenta uma taxa de 7,5%; isto é, um aumento de quase 100% (click aqui para saber mais).

Se considerarmos que em 2012 a taxa de desemprego para a faixa etária entre 25 a 39 anos era de 7,2% e em 2020 de 11,2%; fica claro que a taxa de desemprego dos mais idosos cresce mais quando comparada com as taxas dos mais jovens. Em síntese, à medida que a população envelhece, a idade para a aposentadoria aumenta, assim como a expectativa de vida no Brasil; a taxa de desemprego, paradoxalmente, para a faixa etária 50+ aumenta. Não consigo encontrar outra explicação, se é que ela existe, para justificar este fenômeno que não seja o preconceito com os profissionais 50+

O outro lado da moeda—A experiência vale ouro!

O crescimento da taxa de desemprego na terceira idade nos últimos anos não é uma unanimidade na Zona do Euro. Países como Suécia; Alemanha; Dinamarca; Bélgica; Finlândia e Irlanda, só para citar alguns, têm sido mais efetivos no aproveitamento da mão-de-obra 50+. Os índices de desemprego para esta faixa etária vêm diminuindo paulatinamente através dos anos. A maioria desses países absorvem, em média, 80% dos profissionais 50+, de acordo com o estudo. Não é coincidência que o IDH dos referidos países os classifica em um nível muito alto de desenvolvimento. Estão à frente dos demais em relação à quebra do paradigma terceira idade no ambiente organizacional e estão colhendo os frutos desta evolução.

Paradoxalmente, pesquisas têm comprovado que o aproveitamento deste grupo etário 50+ provocaria um impacto positivo considerável no PIB dos países que não os absorvem. Em 2017, a empresa de consultoria PwC, através do Índice Golden Age, analisando os profissionais 50+ no que diz respeito a emprego, salário e formação dos países da OCDE concluiu, por exemplo, que o PIB de Portugal poderia ter um aumento de 6%, caso a taxa de empregabilidade dos 50+ igualasse à taxa da Suécia que emprega 75,5% da faixa etária entre 55 e 64 anos.

Os países mais desenvolvidos da Zona do Euro aprenderam e tiram proveito das capacidades técnicas e emocionais dos profissionais 50+. Em outras palavras, Talvez (eu arrisco a dizer que certamente) esta seja a causa principal do alto índice de desenvolvimento dos referidos países.

Por que eu não encho mais a casa de alegria?

A alegação do mercado de trabalho de países em desenvolvimento são as mais diversas possíveis. Um leque de desculpas para mascarar o preconceito implícito nas ações de recrutamento. Modelos arcáicos fundamentados em um pragmatismo feito sob medida. Aqueles enlatados empurrados goela abaixo aos jovens gerentes recém-formados nos seus MBAs em RH sob o título de melhores práticas, ou os principais passos do processo de recrutamento. O modelo não funciona mais! E oportunidades importantes são perdidas por puro preconceito e falta de visão sistêmica.

Dessa forma, é comum, embora ilegal em vários países, anúncios que impõem limite à idade—“candidatos até 50 anos”. Se você tem um endereço eletrônico Hotmail, com o seu nome e sobrenome, significa dizer que você tem mais de 50! Por incrível que pareça, esse detalhe é pesquisado e depõe contra! São vários os argumentos: profissional ultrapassado tecnologicamente; próximo da aposentadoria; recheado de vícios; menos resistência física; não vai se submeter ao comando dos mais jovens… e por aí vai.

Não há dúvida que há uma ponta de verdade nisso tudo, mas está longe de ser a regra. Você deve conhecer pessoas, ou ser uma delas, que está nesta faixa etária que não corresponde, nem um pouquinho, a esses argumentos de alguns recrutadores. O que me faz crer que a principal razão ainda é um preconceito velado impregnado no ambiente corporativo acima de qualquer outra coisa.

Nem tudo está perdido

Embora ainda discreto, existe um movimento no mundo corporativo no sentido de aproveitar mais a faixa etária 50+. Empresas modernas em países cujo o IDH está em um nível muito alto, como os já citados, largam na frente nesta corrida. As razões são várias, mas três são óbvias:

  1. O mundo está envelhecendo, logo precisaremos desta mão-de-obra.
  2. As capacidades técnicas e emocionais dos profissionais 50+ são mais consistentes.
  3. Essa faixa etária é perfeitamente capaz de aprender novas técnicas e procedimentos, mesmo os que envolvem TI (tecnologia da informação).

Se considerarmos as três razões acima, e confrontarmos as faixas etárias, seria razoável afirmar que os profissionais 50+ levam vantagem sobre os mais jovens. Em outras palavras, os 50+ podem se capacitar e se atualizar tecnicamente tanto quanto um jovem; porém, os mais jovens não são capazes de ter a maturidade emocional dos 50+, até que cheguem lá.

Dessa forma, as organizações que largam na frente na quebra do paradigma faixa etária 50+ X empregabilidade têm criado possibilidades que se sobrepõem aos obstáculos que “impedem” o aproveitamento desta faixa tais como:

  1. Projetos de curta/média duração que exijam liderança, adaptabilidade e autocontrole
  2. Consultoria—Transferência de know-how e expertises acumuladas ao longo da vida profissional
  3. Mediador de conflitos no ambiente corporativo

A expectativa que essas empresas têm sobre esses profissionais é que eles serão uma mão-de-obra cada vez mais farta; que eles não precisam ser experts em TI, com tanto que saibam como, quando e porque usá-la; que eles possuam capacidade emocional que contribua para um ambiente organizacional transdisciplinar e, sobretudo, que seu aproveitamento, comprovadamente, proporcione crescimento econômico.

Embora o paradigma da idade no mercado de trabalho esteja caminhando para uma quebra; ele ainda existe. Dessa forma, ainda pode ser um desafio grande, principalmente em países em desenvolvimento, se recolocar profissionalmente nesta faixa etária. Sendo assim, uma alternativa bastante plausível para esse grupo de profissionais é tentar uma carreira solo; ou seja, juntar toda a bagagem acumulada ao longo dos anos somada à maturidade emocional e empreender seu próprio negócio. De repente você começa um novo ciclo profissional muito mais produtivo e empolgante do que você jamais viveu.

Se você pretende abraçar esta possibilidade, segue os links de algumas publicações que podem te ajudar a se organizar. Se alguma dúvida persistir e você quiser conversar sobre; sinta-se à vontade em me contatar. Será um prazer poder ajudar.

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1º Brainstorming

2º Apaixone-se pelo negócio!

3º Desenvolva um plano de negócio

#BusinessTools 4—Business Model Canvas (Parte 1)

#BusinessTools 4—Business Model Canvas (Parte 2)

4º Viabilidade econômico-financeira

5º Determine a estrutura legal

6º Contrate uma seguradora

7º Time de colaboradores

Sucesso!

2020-07-06T11:34:12-03:00 6 de julho, 2020|Recursos Humanos|0 Comentários

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